Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Nhô Quim é retratado em livro e exposição


Ainda em comemoração aos 65 anos da mascote que representa o E.C. XV de Novembro de Piracicaba, o Centro Cultural Martha Watts abre hoje (11), a partir das 19h30, a exposição “As Várias Faces do Nhô Quim”.
A mostra tem como objetivo retratar em diversas formas o famoso caipira de Piracicaba, através de diversos artistas piracicabanos: Eduardo Grosso, Erasmo Spadotto, Érico San Juan, Lucas Leibholz e Edson Rontani Junior.
Destaque também a Cícero Correa dos Santos, conhecido fotógrafo local, que se fantasiava de Nhô Quim nas disputas pela Lei de Acesso em 1967.
Nhô Quim faz parte da cultura piracicabana. Criado em 1949 pelo cartunista e publicitário Edson Rontani, diversos relatos afirmam que a mascote alvinegra surgiu - na época não havia sido ‘batizada’ – do cartunista do jornal “A Gazeta Esportiva”, Nino Borges. Porém, ao blog Acervos Históricos, o jornalista e filho de Rontani, Edson Rontani Junior, explicou que “foi o inverso”.
“De junho a dezembro de 48, meu pai pegava alguns desenhos feitos em cartolina e expunha no Challet Paulista. O Rocha Netto (em que seu acervo encontra-se no Espaço Memória Piracicabana, no Centro Cultural Martha Watts) que era representante da “A Gazeta Esportiva”, pegou um desses cartazes e levou para São Paulo, com a intenção de reaproveitar”, explicou.
Mas na época a qualidade técnica de impressão não era qualificada. Segundo o jornalista, o então editor-responsável do jornal, Thomaz Mazzoni, decidiu mostrar ao Nino Borges, na época ilustrador do matutino, para redesenhar. Então no dia 29 de janeiro de 1949, os traços foram publicados em um veículo de comunicação de grande massa.
“Isso, inclusive em vida, eu consultei o próprio Rocha Netto, ela dizia ‘Aconteceu exatamente isto’. Só que esta história mudou com o tempo. Como não tinha referência, todos diziam que saiu na ‘Gazeta’. Mas na realidade a ‘Gazeta’ é o comprovante de que saiu o Nhô Quim em um grande veículo de comunicação”, apontou Júnior.
Ele diz ainda, que os cartazes que Rontani fez “não estão guardados para a história”. “Então fica essa dúvida: Será que é verdade?”, disse.
O filho do publicitário contou também ao blog, que Rontani começou a desenhar o caipira, quando tinha apenas 15 anos de idade. E que durante seus quase 50 anos de traços, o fez apenas por hobby, sem receber valor monetário. “Saia do trabalho 17h30 (trabalhava na Secretaria da Agricultura), jantava e ia para o ‘espacinho’ dele”, descreveu.
As charges foram expressas em diversos jornais, como, “Jornal de Piracicaba” (1900-atualmente), “Diário de Piracicaba” (1935-1992), “A Gazeta Esportiva” (1947-2001) e “O Governador” (1933-1958).
De acordo com o ocupante da cadeira de número 50 do Conselho Acadêmico do Clube dos Escritores Piracicaba, cujo patrono é seu pai, Edson Junior assegura que o nome “Nhô Quim”, veio do amigo Rocha Netto. Em um livro escrito por Junior, lançado ano passado, cujo relançamento ocorre hoje (ver mais no texto abaixo), é citado uma entrevista de Netto ao Jornal de Piracicaba, vinculada no dia 16 de fevereiro de 2013. “Contei que era típico trocar a palavra senhor, por nhô; naquela época muita gente falava nhô Pedro, nhô Antônio, nhô João; então ele disse: Nhô Quim, como referência ao Senhor Quinze”, explicou à jornalista Adriana Ferezim.


Livro comemorativo é relançado

Além da exposição, o jornalista Edson Rontani Junior, relança hoje, também no Centro Cultural Martha Watts, no mesmo horário, seu o segundo livro, cujo lançamento ocorreu ano passado, durante o 40° Salão Internacional de Humor de Piracicaba. “Nhô Quim – A história que eu conheço”, aborda a história da mascote alvinegra, desde a criação até os dias atuais. Mostra também, suas variações ao longo do tempo, as características, e o conflito sobre quem criou o personagem.
Autor relança livro hoje às 19h30. (Foto: Reinaldo Diniz/CCMW)

“A intenção deste livro não é vangloriar-se de uma criação que se tornou um ícone de uma cidade. Queira ou não, o personagem retratado faz parte do imaginário coletivo de Piracicaba, passada uma década e meia após o falecimento daquele que expôs, por 48 anos, na mídia de Piracicaba sem ganhar um centavo. O que se pretende com estas linhas é dar mérito àqueles que criaram um personagem adorado por várias gerações, mas que o tempo e o avanço tecnológico proporcionaram confusões históricas”, citou o jornalista e também assessor de comunicação.
Charge publicada em 09/01/86, no Jornal de Piracicaba. Acervo Rocha Netto.CCMW/IEP.

Charge publicada em 05/01/1986, no Jornal de Piracicaba. Acervo Rocha Netto.CCMW/IEP.

A publicação têm 120 páginas, e o prefácio é assinado pelo radialista e atual Deputado Estadual, Roberto Morais (PPS), que também se auto intitula “quinzista”. “O Nhô Quim é a alma do Piracicabano. Representa o cidadão puro que viu o desenvolvimento urbano, comercial e industrial da cidade ao longo do século passado, assumindo sua versão cosmopolita como é Piracicaba hoje, agregando famílias provenientes de outras partes do país que aqui buscam um crescimento pessoal ou profissional. (...) Rontani se une a expoentes que personificaram o Nhô Quim ao longo destes 65 anos, como Almir Bortolassi, Manolo, Messias Mello e Nino Borges, entre outros”, cita no texto.
Na ocasião serão distribuídos gratuitamente 250 exemplares do livro.
Charges mostrarão a evolução do "Nnhô Quim".

Edson Rontani começou a desenhar com 15 anos de idade. Foto: Detalhe da exposição no CCMW.

Mostra ocorre no CCMW.


Conheça um pouco mais sobre a história do "Nhô Quim" e do livro no link a seguir:



Serviço - Exposição “As Várias Faces do Nhô Quim” e relançamento do livro “Nhô Quim - A história que eu conheço” de autoria de Edson Rontani Junior, hoje (11 de julho), às 19h30, no Centro Cultural Martha Watts (Rua Boa Morte, 1257 – Centro – Piracicaba/SP). Informações: www.unimep.br/ccmw ou (19) 3124-1889.


Reinaldo Diniz é aluno do terceiro semestre do curso de Jornalismo da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

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